Direção: Len Wiseman
Roteiro: Danny McBride
Elenco: Scott Speedman (Michael Corvin), Bill Nighy (Viktor), Shane Brolly (Kraven), Michael Sheen (Lucian), Kate Beckinsale (Selene)
Dirigido por Len Wiseman. Com: Kate Beckinsale, Scott Speedman, Michael Sheen, Shane Brolly, Erwin Leder, Sophia Myles, Wentworth Miller, Kevin Grevioux, Bill Nighy.
Anjos da Noite - Underworld é uma espécie de mistura de O Exterminador do Futuro, Blade 2 e Romeu e Julieta, se é que isso é possível. O único problema é que ele não consegue resgatar o sentimento de urgência e ameaça do primeiro, o ritmo enérgico e as boas seqüências de ação do segundo, e muito menos o drama do romance visto no terceiro. O resultado é que o filme acaba se parecendo com muitos outros, mas jamais consegue se destacar.
Escrito pelo dublê profissional e roteirista estreante Danny McBride, Underworld gira em torno de uma guerra milenar entre vampiros e lobisomens. Liderada pela bela Selene, a equipe de extermínio formada por vampiros descobre, certa noite, que seus inimigos estão perseguindo um humano, Michael Corvin – algo extremamente incomum. Determinada a esclarecer este estranho fato, Selene decide capturar Michael e protegê-lo dos lobisomens (o elemento O Exterminador do Futuro) e, com isso, descobre que os lycans (de licantropos) estão tentando desenvolver uma nova e poderosa espécie (o elemento Blade 2). O que a imortal não esperava, porém, era se apaixonar pelo humano, que foi mordido e está prestes a se transformar na criatura que ela aprendeu a odiar (o elemento Romeu e Julieta).
A princípio, a premissa `vampiros X lobisomens` parece bastante interessante, mas logo o fraco roteiro de McBride dá indícios de que não conseguirá explorar a idéia de forma inteligente. Para começo de conversa, o roteirista decide ignorar vários atributos clássicos das criaturas, o que descaracteriza os personagens: posso até entender por que os lobisomens agora podem se transformar quando sentem vontade (caso contrário, a história só poderia se passar nas noites de lua cheia), mas não vejo razão para que os vampiros possam enxergar seus reflexos em espelhos e nem para que deixem de temer crucifixos. Além disso, que espécie de vampiro é esta que não costuma sequer beber sangue humano? E mais: de que adianta estabelecer um conflito entre duas criaturas fantásticas se estas se limitam a utilizar armas de fogo em seus embates? (As balas são `recheadas` com raios infravermelhos e prata, mas e daí?) Para completar, o suposto romance entre Selene e Michael soa de maneira falsa, como se fosse mera obrigação imposta pela história.
Aliás, é bastante claro que a principal preocupação do diretor (também estreante) Len Wiseman diz respeito ao estilo da produção, e não ao seu conteúdo – o que pode ser atribuído, em parte, ao fato do sujeito ter começado sua carreira como assistente de direção de arte. Assim, os cenários e objetos de cena vistos em Underworld são impressionantes, merecendo destaque, mas acabam abrigando uma história fraca e mal desenvolvida. E, embora tente imprimir energia às cenas de ação, Wiseman fracassa por se limitar a copiar praticamente todos os recursos mais batidos do gênero, como câmeras lentas, acrobacias com fios de aço e até mesmo golpes que partem personagens ao meio (vide Resident Evil, Blade 2, 13 Fantasmas...). E se você tiver uma sensação de déjà vu ao assistir ao momento em que um lobisomem sobe no teto de um carro e tenta perfurá-lo com uma espécie de espada a fim de atingir seus ocupantes, aqui vai uma dica: você já viu cenas idênticas em O Exterminador do Futuro 1 e 2.
Mas nem todos os elementos técnicos de Underworld se igualam, em qualidade, à sua direção de arte: os efeitos visuais, por exemplo, são incrivelmente irregulares, oscilando entre o satisfatório (algumas das transformações dos lobisomens) e o medíocre (como nas seqüências em que as criaturas andam pelas paredes). Da mesma forma, a fotografia do experiente Tony Pierce-Roberts é lamentável: em sua tentativa de conferir um tom gótico ao filme, ele praticamente transformou Underworld em uma experiência monocromática e visualmente cansativa.
Pouco também pode ser dito sobre o elenco – algo natural em uma produção do gênero. Kate Beckinsale é uma atriz belíssima e fica muito bem em roupas apertadas de couro (o que é bom, já que é a única coisa que ela veste em todo o filme); Scott Speedman passa em branco como Michael; e Shane Brolly se limita a fazer um tipo antipático. Já Michael Sheen consegue emprestar um mínimo de dimensão dramática a Lucien, chefe dos lobisomens, enquanto Bill Nighy (que já havia se destacado como o roqueiro de Simplesmente Amor) protagoniza bons momentos como Viktor, líder dos vampiros.
Previsível e monótono, Underworld ainda tenta conferir dinamismo à trama ao incluir uma reviravolta interessante no final do segundo ato – mas, a 15 minutos do final, a estratégia chega atrasada demais para salvar o longa. E o que é pior: já vem uma continuação por aí. Ao que parece, projetos medíocres são tão difíceis de se matar quanto vampiros e lobisomens.
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Escrito pelo dublê profissional e roteirista estreante Danny McBride, Underworld gira em torno de uma guerra milenar entre vampiros e lobisomens. Liderada pela bela Selene, a equipe de extermínio formada por vampiros descobre, certa noite, que seus inimigos estão perseguindo um humano, Michael Corvin – algo extremamente incomum. Determinada a esclarecer este estranho fato, Selene decide capturar Michael e protegê-lo dos lobisomens (o elemento O Exterminador do Futuro) e, com isso, descobre que os lycans (de licantropos) estão tentando desenvolver uma nova e poderosa espécie (o elemento Blade 2). O que a imortal não esperava, porém, era se apaixonar pelo humano, que foi mordido e está prestes a se transformar na criatura que ela aprendeu a odiar (o elemento Romeu e Julieta).
A princípio, a premissa `vampiros X lobisomens` parece bastante interessante, mas logo o fraco roteiro de McBride dá indícios de que não conseguirá explorar a idéia de forma inteligente. Para começo de conversa, o roteirista decide ignorar vários atributos clássicos das criaturas, o que descaracteriza os personagens: posso até entender por que os lobisomens agora podem se transformar quando sentem vontade (caso contrário, a história só poderia se passar nas noites de lua cheia), mas não vejo razão para que os vampiros possam enxergar seus reflexos em espelhos e nem para que deixem de temer crucifixos. Além disso, que espécie de vampiro é esta que não costuma sequer beber sangue humano? E mais: de que adianta estabelecer um conflito entre duas criaturas fantásticas se estas se limitam a utilizar armas de fogo em seus embates? (As balas são `recheadas` com raios infravermelhos e prata, mas e daí?) Para completar, o suposto romance entre Selene e Michael soa de maneira falsa, como se fosse mera obrigação imposta pela história.
Aliás, é bastante claro que a principal preocupação do diretor (também estreante) Len Wiseman diz respeito ao estilo da produção, e não ao seu conteúdo – o que pode ser atribuído, em parte, ao fato do sujeito ter começado sua carreira como assistente de direção de arte. Assim, os cenários e objetos de cena vistos em Underworld são impressionantes, merecendo destaque, mas acabam abrigando uma história fraca e mal desenvolvida. E, embora tente imprimir energia às cenas de ação, Wiseman fracassa por se limitar a copiar praticamente todos os recursos mais batidos do gênero, como câmeras lentas, acrobacias com fios de aço e até mesmo golpes que partem personagens ao meio (vide Resident Evil, Blade 2, 13 Fantasmas...). E se você tiver uma sensação de déjà vu ao assistir ao momento em que um lobisomem sobe no teto de um carro e tenta perfurá-lo com uma espécie de espada a fim de atingir seus ocupantes, aqui vai uma dica: você já viu cenas idênticas em O Exterminador do Futuro 1 e 2.
Mas nem todos os elementos técnicos de Underworld se igualam, em qualidade, à sua direção de arte: os efeitos visuais, por exemplo, são incrivelmente irregulares, oscilando entre o satisfatório (algumas das transformações dos lobisomens) e o medíocre (como nas seqüências em que as criaturas andam pelas paredes). Da mesma forma, a fotografia do experiente Tony Pierce-Roberts é lamentável: em sua tentativa de conferir um tom gótico ao filme, ele praticamente transformou Underworld em uma experiência monocromática e visualmente cansativa.
Pouco também pode ser dito sobre o elenco – algo natural em uma produção do gênero. Kate Beckinsale é uma atriz belíssima e fica muito bem em roupas apertadas de couro (o que é bom, já que é a única coisa que ela veste em todo o filme); Scott Speedman passa em branco como Michael; e Shane Brolly se limita a fazer um tipo antipático. Já Michael Sheen consegue emprestar um mínimo de dimensão dramática a Lucien, chefe dos lobisomens, enquanto Bill Nighy (que já havia se destacado como o roqueiro de Simplesmente Amor) protagoniza bons momentos como Viktor, líder dos vampiros.
Previsível e monótono, Underworld ainda tenta conferir dinamismo à trama ao incluir uma reviravolta interessante no final do segundo ato – mas, a 15 minutos do final, a estratégia chega atrasada demais para salvar o longa. E o que é pior: já vem uma continuação por aí. Ao que parece, projetos medíocres são tão difíceis de se matar quanto vampiros e lobisomens.
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Demaissssssssss....vcs estão de parabéns pela disponibilização deste material! Muito bom! :)
ResponderExcluirDoida para ver o 4º ...
ResponderExcluirtem como postar o filme completo e os outros 3 ? please ... =)... para nossa alegria ...
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